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domingo, 1 de maio de 2011

Desemprego e Subsídio-dependência

O desemprego é um flagelo que, gostaríamos todos, deveria ser erradicado.

Porém, políticas de pleno emprego, não se podem atingir, pelo que, quer queiramos quer não, continuará a acompanhar-nos e a criar graves problemas socias.

Todos conhecemos os esforços que entidades como a OIT têm feito para que «homens e mulheres possam obter um trabalho decente e produtivo em condições de liberdade, igualdade, segurança  e dignidade humana. -  Juan Somavia Director Geral da OIT».

Todos sabemos que foi criado o chamado Subsídio de Desemprego, com vista a atenuar as dificuldades sofridas pelos trabalhadores; É um direito social, dizem uns; É um passaporte para não trabalhar e ter dinheiro fácil, dizem outros.

Eu, porém, 'bebo' um pouco de cada lado. Pois se há que tenha de receber essa 'ajuda' porque até não tem mesmo condições para trabalhar, por motivos de saúde, por exemplo, outros há que, perdoem-me a expressão mas, «têm bom corpinho para trabalhar»!

É natural que se sempre trabalhei no comércio não queira aceitar emprego nas obras ou nas minas, até porque não tenho formação para isso; se sou licenciado porque tive oportunidade de estudar, naturalmente que não quero servir cafés ou varrer ruas. No entanto, a meu ver, o que é socialmente condenável é que se viva à custa de um rendimento que deveria servir para realmente ajudar quem precisa e não tem condições para trabalhar.

Com estas palavras não quero dizer que seja alguém sem coração e que não compreenda, defacto, os problemas que as pessoas atravessam e enfrentam. Sou, aliás, alguém que pela sua profissão assiste diáriamente a esse espectáculo deprimente que é ver pessoas a levantar os últimos tostões para poder comer.

No entanto, creio que se democratizou a subsídio-dependência, quando devia ser ao contrário, criar condições de segurança, liberdade, igualdade e dignidade humana... Mas, como dizia acima, é uma utopia!...
Uma medida que, a meu ver, é pouco divulgada e que poderia trazer frutos para a descida dos lamentáveis 10,9% (segundo o INE) de taxa de desemprego, e que está prevista no próprio normativo é, e passo a citar: «O montante do Subsídio de Desemprego ou do Subsídio Social de Desemprego inicial pode ser pago por uma só vez nos casos em que os beneficiários apresentem projecto de criação do próprio emprego. Este montante global corresponde à soma dos valores mensais que seriam pagos aos beneficiários durante o período de concessão, deduzidas as importâncias, eventualmente, já recebidas.»

Isto dá trabalho a quem pede? Dá!

Isto requer entrega de documentos e de um projecto válido para as capacidades e formação do candidato? Claro que sim!

Esta seria uma medida importante a seguir e que, como disse, poucos são os que a conhecem...

Assistimos, todos os dias, nos jornais e televisões a despedimentos colectivos, muitas vezes por má gestão dos próprios empresários, outras por causa da crise, efectivamente, que se tem agravado nestes últimos meses, e sabe Deus quando acabará!

Porque não incentivar o auto emprego?

Porque não mostrar às pessoas aquilo que podem fazer?

Será que não se aprendeu nada com o Professor Mouhammad Yunus, fundador do MicroCrédito e prémio Nobel da Paz?

Creio que são preocupações de todos, por isso deixo esta minha tosca reflexão...

Oxalá, um dia, possamos todos dizer que o desemprego acabou!...